sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Inea eleva poder de monitoramento da qualidade do ar em tempo real

O Instituto Estadual do Ambiente RJ (Inea), da Secretaria do Ambiente, está expandindo o sistema de monitoramento da qualidade do ar que funciona em tempo real e atualmente abrange todo o estado. Além de quatro estações remotas próprias (telemétricas), o sistema passará a dispor de mais de 30 estações privadas por meio do Programa de Autocontrole (Procon-Ar).
Exigido das empresas para a concessão de licenciamento ambiental, o programa foi ampliado com novos empreendimentos, como o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj). A rede de monitoramento ainda inclui 32 estações manuais para medição de partículas em suspensão na atmosfera. Os resultados são divulgados, diariamente, por meio do Boletim de Qualidade do Ar, pelo site http://www.feema.rj.gov.br/qualidade-ar-rapido.asp?cat=65 e, anualmente, pelo Relatório Anual da Qualidade do Ar. Já os dados gerados pelas manuais são divulgados a cada seis dias.
Segundo o Inventário de Fontes Emissoras de Poluentes Atmosféricos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (2004), as fontes móveis, os veículos principalmente, são responsáveis por 77% do total de poluentes emitidos para a atmosfera, enquanto as fontes fixas, como refinarias, pólos petroquímicos, centrais de geração de energia, siderúrgicas, entre outras, contribuem com 22%.

Interesse:

Segundo técnicos do Inea, entre os índices de poluição, os do ar, são os que despertam maior interesse da população. Qualquer mudança é imediatamente percebida pelas pessoas. No inverno, é o fenômeno das inversões térmicas que aumenta os níveis de partículas em suspensão e leva um grande número de pessoas aos hospitais por problemas respiratórios. No verão, são as altas concentrações de ozônio no ar, sobretudo, nos locais mais distantes do litoral e nos horários de mais insolação, que afetam a capacidade física, com sintomas como ardência nos olhos, fadiga e dificuldades para respirar.
As quatro telemétricas do Inea estão localizadas no Centro da capital, em Nova Iguaçu, em Jacarepaguá e em São Gonçalo. Já as privadas, também remotas e instaladas por grandes indústrias como Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), por exemplo, estão distribuídas por todas as regiões do estado. As estações remotas geram dados de hora em hora que são enviados diretamente para o centro de processamento do Inea.
O sistema mede o nível de concentração de poluentes como o dióxido de enxofre (SO2), partículas totais em suspensão (PTS), partículas inaláveis (PM10), monóxido de carbono (CO), oxidantes fotoquímicos expressos como ozônio (O3), hidrocarbonetos totais (HC) e dióxido de nitrogênio (NO2). Tais substâncias são universalmente consagradas como indicadores da qualidade do ar devido aos efeitos adversos que causam ao meio ambiente.
Nos últimos 10 anos, conforme os resultados das análises houve uma considerável melhora na qualidade do ar no estado, favorecido pela topografia, proximidade com o mar e a freqüência de chuvas, mas também pelo rigor no monitoramento e pela modernização das instalações industriais e da frota veicular. Medidas como a eliminação dos incineradores domésticos, a substituição do combustível usado em padarias e indústrias, a desativação de várias pedreiras situadas na Região Metropolitana e a restrição de passagem de veículos pesados nos túneis da cidade contribuíram bastante. Para reduzir a poluição atmosférica de origem veicular, o governo federal instituiu, em 1986, o Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), estabelecendo um cro nograma de redução gradual das emissões de poluentes tanto para veículos leves, quanto para os pesados.

Efeitos da poluição na saúde:

De maneira geral, os efeitos dos gases poluentes na saúde humana estão intimamente associados a sua capacidade de se dissolver nas paredes do aparelho respiratório. Há evidências de que o dióxido de enxofre agrava as doenças respiratórias pré-existentes e contribui para seu aparecimento.
O dióxido de nitrogênio, devido a sua baixa solubilidade, é capaz de penetrar profundamente no sistema respiratório, podendo dar origem a compostos químicos cancerígenos. Também é um poderoso irritante, podendo causar sintomas semelhantes aos do enfisema pulmonar. A presença de oxidantes fotoquímicos na atmosfera tem sido associada à redução da capacidade pulmonar e ao agravamento das doenças respiratórias, como a asma.
Os efeitos da exposição ao monóxido de carbono estão associados à diminuição da capacidade de transporte de oxigênio pelo sangue. Foi demonstrado, experimentalmente, que a pessoa exposta ao monóxido de carbono pode ter diminuídos seus reflexos e as capacidades visual e de estimar intervalos de tempo. Altos índices do poluente em áreas de fluxo intenso de veículos têm sido apontados como causa adicional de acidentes de trânsito.
Poeira em suspensão no ar afeta a capacidade de o sistema respiratório remover as partículas do ar inalado, que ficam retidas nos pulmões; quanto mais finas as partículas, mais profundamente penetram no aparelho respiratório. A poeira em suspensão também potencializa os efeitos dos gases presentes no ar.

Fonte: Subsecretaria de Comunicação Social RJ e Portal do Meio Ambiente (em 5/2/2009).

Nenhum comentário: